Culturas insubordinadas e invisibilizadas da América Latina em suas vozes pela cultura de paz
O projeto de pesquisa, ensino e extensão “SUMAK KAWSAY – BEM-VIVER: Culturas Insubordinadas e Invisibilizadas da América Latina em suas Vozes pela Cultura de Paz” tem por objetivo investigar, sistematizar e difundir os saberes ancestrais e as cosmologias dos povos originários e tradicionais da América Latina, articulando ensino, pesquisa e extensão como instrumentos de transformação social e acadêmica. Busca-se promover o diálogo intercultural, a valorização da diversidade étnico-racial e a construção de uma cultura de paz, integrando ações formativas, vivências imersivas e produção científica crítica e transdisciplinar.
O projeto articula atividades de capacitação, pesquisa aplicada e produção de materiais pedagógicos e acadêmicos, fomentando a reflexão sobre decolonialidade, ecopedagogia, direitos da natureza e enfrentamento das desigualdades estruturais. As ações incluem seminários, rodas de conversa, vivências com comunidades indígenas e quilombolas, bem como a elaboração de trabalhos científicos e publicações, consolidando um espaço de construção coletiva de conhecimentos, fortalecimento de políticas públicas inclusivas e estímulo a novos projetos e parcerias.
Próximos Eventos
O 3º Encontro de Ciência e Saberes do Quilombo Mesquita tem como propósito fortalecer o diálogo entre os conhecimentos tradicionais quilombolas e o saber científico, promovendo trocas entre a comunidade, instituições de ensino, pesquisa e extensão, e parceiros governamentais. A edição deste ano de 2025 foca no tema “O Quilombo que queremos: território, ancestralidade e bem viver”, e busca refletir coletivamente sobre os caminhos para a autonomia, a preservação cultural e o desenvolvimento sustentável do território, visto que seu processo de delimitação e titularização do território quilombola foi, finalmente, aprovado este ano (Processo
0000825-68.2008.4.01.3501, da Subseção Judiciária de Luziânia-GO). Essa conquista é fruto da resistência e
luta da comunidade pela titulação com apoio de trabalhos de pesquisa e extensão de instituições de ensino, entre eles, o Laboratório Periférico e a Residência CTS da Universidade de Brasília bem como dos Institutos
Federais que atuam na região.
A programação se divide em dois momentos: pela manhã, apresentações e diálogos de caráter científico,
abordando o bem-viver, a ancestralidade, a territorialidade e as experiências extensionistas. E à tarde, o foco se
volta para as expressões culturais e a articulação institucional, com feirinha de artesanato e agricultura familiar, apresentações culturais e mesa de encerramento com representantes de universidades, institutos federais e órgãos públicos.
MANHÃ (TEMÁTICA CIENTÍFICA):
9h-9h30: Café da manhã
9h30-9h40: Abertura com as boas-vindas
9h40-10h40: Apresentações de trabalhos, pesquisas e projetos
10h40-11h: Intervalo
11h-12h: Continuação das apresentações de trabalhos, pesquisas e projetos
12h-14h: Almoço
TARDE (TEMÁTICA COMUNITÁRIA E INSTITUCIONAL):
14h-16h: Feirinha de artesanato e agricultura familiar
14h-15h: Apresentações culturais
15h-15h40: Rodas de conversa com a comunidade
15h40-16h: Intervalo
16h-17h: Mesa Institucional de Encerramento do ECS
Inscreva-se no Encontro:
Conheça mais sobre o Quilombo Mesquita em
https://globoplay.globo.com/v/14113707/
Conheça o curso
TIPO DE CURSO
Extensão e pesquisa
CARGA HORÁRIA
136 horas
VAGAS
Até 1000
CUSTO
Gratuito
ABERTURA
17/11/2025
TÉRMINO
07/05/2026
ENCONTROS
Às quintas-feiras, das 18h30 às 21h30.
PÚBLICO-ALVO
Gestores, educadores, professores e público em geral interessados em estudos decoloniais, anticoloniais, interculturais e antirracistas para uma cultura de paz por meio de estudos transdisciplinares que tragam o reconhecimento e a valorização dos povos originários e tradicionais dentro da concepção integradora e humanista.
Profissionais das áreas da saúde e educação.
Biólogos, geólogos, arquitetos e urbanistas, agrônomos, ambientalistas, ativistas das áreas dos Direitos Humanos, da diversidade, da área de ecologia.
Módulos temáticos
Os conteúdos explorados são separados da seguinte forma.
1 Povos Originários de Indígenas do Brasil
Povos Originários de Indígenas do Brasil
O Bem-Viver – um termo em muitos sentidos. O Bem-Viver e Direitos da Natureza. Quem se sustenta com o Desenvolvimento Sustentável? Contradiscurso do desenvolvimento sustentável. A Invenção da Amazônia. O Monólogo do Poder. Vozes Originárias. Povos Enraizados. Memoricídios. Contra a colonização. O objetivo deste módulo é abordar as principais características de um conceito que nasce da visão de mundo dos povos originários, mas se estende para outros espaços tempos, como parte de uma conversa que se faz imprescindível, no contexto de uma crise civilizatória que se abate sobre todas as formas de vida do planeta, que se encontra exaurido, em decorrência de um modelo de desenvolvimento predatório, calçado e regido pela acumulação do capital.
Professores e convidados:
Daniel Iberê
Edson Kayapó
Fetxawewe Tapuya Guajajara
Gersem Baniwa
Márcia Mura
Morena Pataxó
Vanda Witoto
2 Povos Tradicionais: Negras/Negros, Quilombolas e Afrodescendentes
Povos Tradicionais: Negras/Negros, Quilombolas e Afrodescendentes
Marco legal. Políticas Públicas e Ações Afirmativas, justiça social e movimentos sociais. A concepção do Bem-Viver, cultura e os saberes tradicionais africanos. Filosofia africana. Conceitos: educação e direitos humanos, igualdade, diversidade étnico-racial e gênero. Dimensão histórica: decolonialidade e diáspora africana na América Latina. Lei 10.639/2003 e 11.645/2008. Formação de educadores (as) para a Educação das Relações étnico-raciais. Cultura afro-brasileira. Memórias (reconhecimento e valorização da cultura afro-brasileira). Diretrizes curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais (ERER). Práticas educativas na escola.
Conceitos: preconceito, racismo e discriminação. Educação Antirracista movimento social negro e Educação Quilombola na contemporaneidade (estatísticas e análises). Saúde coletiva e a questão racial. Práticas educativas. Projetos pedagógicos e planos de ação para uma educação antirracista. Com esta ementa pretende-se formar profissionais da educação e gestores para o desenvolvimento de projetos destinados à educação das relações étnico-raciais, assegurando o reconhecimento e a valorização da cultura afro Latina americana, quilombola e africana nas instituições públicas contra as injustiças, discriminações, com perspectivas na construção de processos decoloniais voltados para a tradição das culturas originárias do Bem-Viver. Conduzir o curso, de maneira mais humanizada, voltado para a desconstrução de conceitos ou ideias associadas ao mito da democracia racial na ideologia do branqueamento.
Professores e convidados:
Alison Claire Moses
Elen Cristina Geraldes
Eleuza Pereira Castro
Henrique Antunes Cunha
João Jorge S. Rodrigues
Joel Aló Fernandes (Guiné Bissau)
Lucely Moraes Pio
Marta Lobo
3 Cosmologia e suas Inter-relações com a Vida
Cosmologia e suas Inter-relações com a Vida
As cosmologias dos povos originários compõem aspectos importantes e complexos em suas visões de mundo diferenciadas ao longo dos séculos. Cabe na presente tentativa de exercer a “decolonialidade”, reconhecer e visibilizar a diversas visões de mundo, a origem do Universo, as relações ecológicas e humanas com a natureza, o indivíduo na coletividade. A cosmovisão diversa e na sua complexidade dos povos originários precisa ser respeitada e disseminada para sustentar a verdadeira Cultura de Paz entre os povos no nosso planeta Terra, a nossa única morada presentificada. Em defesa da existência humana neste planeta.
Professores e convidados:
Claudia de Almeida Ferreira
Daniel Iberê
Marcelo de Barros
Márcia Guajajara
Virgínia da Rosa (Èkédje)
4 Povos Originários da América Latina
Cosmologia e suas Inter-relações com a Vida
As cosmologias dos povos originários compõem aspectos importantes e complexos em suas visões de mundo diferenciadas ao longo dos séculos. Cabe na presente tentativa de exercer a “decolonialidade”, reconhecer e visibilizar a diversas visões de mundo, a origem do Universo, as relações ecológicas e humanas com a natureza, o indivíduo na coletividade. A cosmovisão diversa e na sua complexidade dos povos originários precisa ser respeitada e disseminada para sustentar a verdadeira Cultura de Paz entre os povos no nosso planeta Terra, a nossa única morada presentificada. Em defesa da existência humana neste planeta.
Professores e convidados:
Claudia de Almeida Ferreira
Daniel Iberê
Marcelo de Barros
Márcia Guajajara
Virgínia da Rosa (Èkédje)
5 Decolonialidade: Em busca da Cura
Decolonialidade: Em Busca de Cura
A lógica mercadológica e a visão eurocentrada advinda do processo de colonialidade e escravismo prevalecem de modo abrupto e destruidor sobre as culturas locais e, assim, entendidas como “subdesenvolvidas”, regidas sob o modelo avassalador da tal globalização. Valores hegemônicos materiais e meramente econômicos se sobrepõem aos valores culturais e humanos. A resistência dos povos originários indígenas e negras e negros e tantos outros nos remetem, não somente à sobrevivência de uma cosmovisão fortalecida apesar da opressão, mas perene nas trilhas da crença e a da cura real daquelas doenças causadas pelas forças políticas mundiais e antagônicas à sobrevivência dos povos que ensinam como respeitar em nossas terras desprovidas do Bem-Viver em sua concepção e organicidade nas relações entre os seres humanos e suas histórias construídas por meio das transformações societais. Seria um caminho real no combate a tanta discriminação e preconceitos que violentam a essência da humanidade gerando doenças crônicas que acometem o ser no caminho da destruição do próprio ser e, assim negando o sentido de coletividade e irmandade. Os conceitos de racismo estrutural, institucional e ambiental deverão ser discutidos neste módulo.
Professores e convidados:
Daniel Iberê
Edson Kayapó
Fetxawewe Tapuya Guajajara
José Geraldo de Souza (UnB)
Nair Bicalho (UnB)
Imersões
Visita ao Quilombo Kalunga da Ema
Teresina de Goiás/GO
Visita à ARIE Granja do Ipê
Unipaz – Brasília/DF
Visita ao Santuário dos Pajés
Brasília/DF
Abertura do Curso
Nos dias 17, 18 e 19 de Novembro acompanhe diálogos entre convidados sobre a necessidade de um movimento decolonial, inclusivo e solidário pela cultura de paz.
Para participar basta fazer sua inscrição no curso grtuitamente.
17 de novembro
Abertura: 19h - 20h
Sumak Kawsay: Bem Viver.
Prof. Mario Brasil
Liza Andrade
Marta Lobo
Regina Fittipaldi
1ª Roda: 20h15 - 21h20
Povos Originários e o Bem Viver na Visão das Diferentes Etnias Indígenas na Luta pela Paz em seus Territórios
Moderação: Marta Lobo e Regina Fittipaldi
Daniel Iberê
Vanda Witoto
18 de novembro
2ª Roda: 19h - 20h
Povo Quilombola e Afrodescendentes e o Bem Viver nas Relações Étnico-raciais na Educação: A Luta pela Paz contra o Racismo e Todo Tipo de Discriminação
Moderação: Marta Lobo e Regina Fittipaldi
3ª Roda: 20h15 - 21h20
Cosmovisões na Busca de um Bem Viver na Decolonialidade
Moderação: Marta Lobo e Regina Fittipaldi
Eleuza Kalunga
Henrique Cunha
Alberto Acosta
Edson Kayapó
19 de novembro
4ª Roda: 19h - 20h
Ecopedagogia na Transdisciplinaridade: Um Desafio Possível
Moderação: Marta Lobo e Regina Fittipaldi
5ª Roda: 20h15 - 21h20
SUMAK KAWSAY, o Bem Viver: Criando Encontros e Reencontros para Novos Tempos
Moderação: Marta Lobo e Regina Fittipaldi
Marco Aurélio Bilibio
José Geraldo Souza Júnior
Gersem Baniwa
Lucely Pio
06 de dezembro
3º Encontro de Ciência e Saberes do Quilombo Mesquita
Liza Andrade
Inscreva-se gratuitamente
Faça o curso Sumak Kawsay e aprofunde-se nas culturas indígenas e quilombolas latino-americanas.
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